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"Uma criança perguntou, O que é a erva?, estendendo-me as mãos cheias dela; como podia eu responder-lhe? Não sei mais do que ela."



Scale, Herbert


Voltamos aos sons megalómanos. Aos sons. Aos "sonzinhos". À Dani Siciliano em crescendo. Sangue a bombar, ritmos dançantes. Este é sem dúvida um álbum de Verão.

posted by FamiliarFeeling @ 13:09, ,



Enki Bilal - Immortel (fotograma)

posted by stalker @ 00:41, ,




Elogio ao Amor

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe,não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Elogio ao Amor - Miguel Esteves Cardosos in Expresso

posted by rita @ 22:35, ,




Começou o Verão!

What a delight... Such pleasure!

posted by FamiliarFeeling @ 19:06, ,




Cibelle: The Shine Of Dried Electric Leaves


Para o calor, e os amores de Verão, e as esplanadas, e o Sol, e as noites quentes, e os finais de tarde, e o comtemplar... Atentem na "Train Station", e na "London, London". Hablas espanol?

posted by FamiliarFeeling @ 12:45, ,




Amigos.

O caminho nunca será exactamente o mesmo, no entanto, quantas vezes o trilhamos juntos?

posted by FamiliarFeeling @ 12:53, ,




Mais!...

Devia ser tudo mais claro. Mais branco? Confiante. Não sei se persigo ou se sou perseguido. Serei perseguido perseguindo também? Corremos tantos, em fila ou lado a lado. Círculos? Avanço, é o importante. As quedas são tão minhas quanto os passos…

posted by FamiliarFeeling @ 02:17, ,




A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer...

"Como posso, assim, viver a felicidade?
Procuro o que me pode consolar como o caçador persegue a caça, atirando sem hesitar sempre que algo se mexe na floresta. Quase sempre atinjo o vazio, mas, de tempos a tempos, não deixa de me tombar aos pés uma presa. Célere, corro a apoderar-me dela, pois sei quão fugaz é o consolo, sopro dum vento que mal sobe pela árvore.
Debruço-me.
Tenho-a! Mas tenho o quê, entre estes dedos?

" A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer". Sting Dagerman

posted by rita @ 19:41, ,




Está a chover...

Fado

Dizem os ventos que as marés não dormem esta noite.
Estou assustada à espera que regresses: as ondas já
engoliram a praia mais pequena e entornaram algas
nos vasos da varanda. E, na cidade, conta-se que
as praças acoitaram à tarde dezenas de gaivotas
que perseguiram os pombos e os morderam.

A lareira crepita lentamente. O pão ainda está morno
à tua mesa. Mas a àgua já ferveu três vezes
para o caldo. E em casa a luz fraqueja, não tarda
que se apague. E tu não tardes, que eu fiz um bolo
de ervas com canela; e há compota de ameixas
e suspiros e um cobertor de lã na cama e eu

estou assustada. A lua está apenas por metade,
a terra treme. E eu tremo, com medo que não voltes.

Maria do Rosário Pedreira, A Casa e o Cheiro dos Livros

posted by FamiliarFeeling @ 03:41, ,




Rita, ou est tu?

posted by stalker @ 23:46, ,




Vinte e sete!...

"A intensidade só é obstáculo para quem quer adormecer.
Abandona de dia o que coleccionas de noite."

Gonçalo M. Tavares, 1

posted by FamiliarFeeling @ 00:50, ,




To Familiar Feeling



Happy birthday to you

posted by stalker @ 22:57, ,